sábado, 27 de novembro de 2010

Terapias de Drenagem Linfática aplicadas à Cirurgia Plástica

A linfoterapia de drenagem, atualmente mais conhecida por sua modalidade manual, é tão importante quanto banalizada, seja pelo público que, de maneira imprudente submete a própria saúde às mãos trêmulas de pessoas que sequer possuem conhecimentos mais básicos acerca da fisiologia, anatomia e contra-indicações das técnicas que amiúde aplicam, seja por alguns colegas profissionais que subestimam a precípua necessidade da aquisição de conhecimentos mais aprofundados nessa área. A avaliação criteriosa de resultados e dos sinais e sintomas que se apresentam desde a primeira entrevista do paciente com o fisioterapeuta, até seu acompanhamento crônico ou eventual alta, torna-se fundamental à demonstração racional de objetivos alcançados e estabelecimento futuro de metas realísticas.
Em se tratando de procedimentos cirúrgicos que alteram a forma e a topografia anatômica dos tecidos corporais humanos, é na seara da cirurgia plástica — reconstrutiva e estética — que essa terapia, vulgarmente conhecida por “drenagem linfática”, encontra uma de suas maiores e mais bem sucedidas aplicabilidades. Também é fato que a realidade dos grandes serviços nessa área não têm a rotina de permitir a intervenção fisioterapêutica pré-operatória, nem tampouco a drenagem no pós-operatório imediato, justamente os momentos em que sua indicação é absoluta e seu grau de resolutividade, inestimavelmente superior. Remanesce no ideário de alguns cirurgiões plásticos o equivocado aforismo da não-intervenção em cicatrizes imaturas, notadamente naquelas resultantes de grandes rebatimentos teciduais, com extenso descolamento de retalhos. Nessa cultura historicamente arraigada, o fisioterapeuta teve sua grande parcela de culpa, ao minorizar a amplidão dos conhecimentos das terapias de drenagem, reduzindo-os à lacônica sigla “DLM” (drenagem linfática manual). Ora, qual cirurgião em sã consciência, permitiria a manipulação, com pressões que podem variar de 32 a 44 mmHg (bem acima das pressões capilares, portanto), por exemplo, de um abdome recém operado com uma dermolipectomia de descolamento total e plicatura muscular? A resposta é desanimadora quando não se pensa nos vários recursos adjuvantes cinesiológicos, pressoterapêuticos, eletro e endermoterapêuticos, e de contenção física que o fisioterapeuta pode lançar mão para o alcance do mesmo efeito, quer por mecanismos fisiológicos intrínsecos ou extrínsecos de propulsão do fluxo linfático.
A linfoterapia de drenagem é única técnica que tem sua indicação bem definida em todos os 3 momentos, quer sejam pré, trans e pós-operatório. Antes da cirurgia, ajuda a prevenir acúmulos linfáticos que agiriam como fator dificultador à adequada apresentação das drogas anestésicas aos neuro-receptores, bem como ao necessário catabolismo de resíduos celulares. Durante a cirurgia, o uso de pressoterapia seqüencial intermitente, mantém fluxos linfático e venoso ativos, prevenindo a formação de trombos e edemas no PO imediato. E no pós-operatório, impede a desastrosa síndrome compartimental, que por sua vez culminaria em
morbidades não menos deletérias como a deiscência, a formação de espaços mortos entre as suturas, epidermólise, sero-hematomas e necroses.
É somente com o domínio prático e das repercussões fisiológicas das mais variadas técnicas de linfoterapias de drenagem, bem como dos métodos de avaliação envolvidos, que o profissional fisioterapeuta assumirá seu devido papel de tomador de decisões, ao invés de mero cumpridor, na equipe multidisciplinar de um serviço ambulatorial ou hospitalar de cirurgia plástica. É possível e uma realidade atualmente bastante rentável para alguns fisioterapeutas que já fazem notar seu diferencial de resultado estético nos casos que atende em sinergia com o cirurgião.


O curso que tenho ministrado em várias capitais do país, com duração de 20 h, tem o objetivo de abordar, com ênfase na prática, as diversas modalidades de linfoterapia de drenagem, as bases anatômicas e fisiológicas detalhadas do sistema linfático e suas principais funções imunológicas e mantenedoras da homeostase orgânica, estabelecer o reconhecimento das principais vias vasculares dos extensos plexos linfáticos superficial e profundo, bem como suas anastomoses e áreas ganglionares de concentração linfonodal, enunciar os principais mecanismos fisiopatológicos envolvidos na etiologia do linfedema, arraigar conhecimentos específicos e padronizados das mais diversas modalidades de linfoterapia de drenagem com resolutividade respaldada pela literatura científica atual e, por fim, dotar o atualizando de ferramentas objetivas de avaliação para o controle pré- e pós-terapia, assim como para o acompanhamento de eventuais evoluções de estados mórbidos que estejam sob sua atenção.


As situações cirúrgicas serão sempre o foco das problematizações clínicas, com simulações de casos e aplicabilidade da drenagem linfática específica, adequada ao tempo (pré, trans e pós-operatório), existência de complicações e fatores de risco.

Para contratar o curso, saiba mais: (62) 9997-2926; rogerio.physio@gmail.com.

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